Rafaela Barbosa
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| Introduction | Sensibilidade. Este adjetivo sempre qualificou minha existência. Nem sei quando ele entrou na minha vida. Sei que desde muito cedo senti a complexidade do mundo em mim. A criança que me habita, sentiu isso primeiro do que todas as outras pessoas que sou agora. Mas, ela foi (e é) sapeca, e se atreveu a brincar com o desconhecido. Ela me fez compreender que brincadeira é movimento. Pela primeira vez, tirei o meu corpo e minhas palavras para dançar. Nunca soube como este mistério me achou. Nunca arrisquei desobedecê-lo, como diz o Exupéry: quando o mistério é impressionante, a gente não ousa desobedecer. Ainda, hoje, não sei dizer o que sou sem dançar com os meus versos e o meu corpo. Eis uma mágica: quando expresso minhas dores encarando-as num entrelaçar de passos cadenciados transformo-as em alegrias. Nessas diversões, conheci pessoas-poemas. Isso foi a minha reinvenção rumo aos caminhos de agora. Mesmo sendo outras, minha criança foi quem me fez buscar a poesia de outras almas inquietas como a minha. A poesia é o meu possível, senão a mulher que há em mim sufocaria. |
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