Maria Silvestre
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| Introduction | Sou amante da Poesia. Herdei este amor da minha mãe, que me apresentou os seus poetas e me conduziu aos meus. Sei que para muita gente serão detestáveis alguns destes textos, sobretudo para os homens que aqui lerão os insultos, quantas vezes mudos, daquelas que humilharam. E para as mulheres que só conheceram a violência do lado de fora. As outras, as que caíram e quase morreram, entenderão. Sempre escrevi, mas escolhi outro caminho. Caminho em que encontrei a dor e perdi a identidade. Até que um dia acordei cega e comecei a recuperar a consciência de mim mesma e a vontade de ser gente. Passei a desdobrar o tempo a e a fazer bulir a vida. Com tendência para os excessos, deixei reaproximar-se a morte. Julgando que me ia embora, rasguei diários e poemas que não queria que ninguém lesse. E recomecei a escrever. Pouco a pouco, fui-me reconstruindo. Palavra a palavra, construí outro caminho e outra vida. Foram subindo as resmas de folhas em desordem. Por prazer pessoal, aqui me propus organizá-las com algum cuidado. Não espero apreços. Tracei este percurso solitário unicamente porque não podia sobreviver sem criar alguma coisa. |
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