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| Introduction | "fernanda é improvável, quase o personagem de um conto. a fusão de lewis carroll e bukowski. impossível de ser descrita que é, os mais destemidos tremeriam o cálamo tentando capturá-la em parágrafos. surge em uma rajada mansa de vento, pequena e com o filtro amarelo entre os dedos. aproxima-se, despretenciosa só. um golpe rápido e está feito: não se sai ileso de fernanda. é pouco, sempre é, e você quer mais dela: quer chamar-lhe atenção, quer tê-la ao seu lado, quer sussurrar-lhe as confidências, quer conduzi-la ao seu mundo intocado, quer mostrar-lhe os retratos da sua infância, quer deixá-la ler seus poemas, quer entregar-lhe as tardes e a alma para que fernanda as salve, quer dissecar-lhe as vísceras até chegar aonde fernanda já não pode escorregar de suas perguntas. há de comprimir-se fernanda junto ao peito e apertá-la para que não escape, impiedosamente. mas fernanda desliza entre os dedos e vai embora, pro longe. como o personagem de um conto bem deve fazer." por Nathália Camozzato. |
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