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80 anos de vida bem vivida - Celso Dourado

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  • Celso Dourado
On Blogger since: August 2011
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About me

GenderMale
OccupationEducador, político, pastor
LocationLagoa de Baraúna, João Dourado / Bahia
IntroductionFalar do nosso pai é usar a voz que vem do coração... é buscar na memória as histórias que nos foram contadas e as que vimos ser tecidas ao longo das nossas vidas. Acompanhamos a sua atuação em diferentes fronteiras, muitas estivemos presente e com certeza, as raízes da maioria delas vem lá do sertão. Foi por isso, que escolhemos as árvores de lá para compartilhar o olhar que temos sobre a vida dele. Entre Umbuzeiros e Algarobas, Juremas e Barrigudas, Anjicos e Aroeiras, Gameleiras e São Joeiros, na aridez da caatinga, no calor do sol sertanejo começou a formar as suas vocações.
Interests“Bendize, ó minha alma, ao Senhor e tudo o que há em mim, bendiga, ao seu santo nome”.
Favorite moviesInspirado na vida dos seus pais, em uma fé que nutria a força e a bravura para enfrentar os desafios da vida simples, em um cantinho isolado no sertão, começou a construir a sua história. Junto a seus muitos irmãos aprendeu desde cedo o valor da palavra de Deus. Na labuta da roça, na escassez da água e na imensidão dos espaços sem fim conheceu a fé presbiteriana que orientou os seus passos ao longo da sua vida. Uma fé presente naquele lugar tão distante, graças aos devotados missionários que proclamavam o evangelho e iniciavam crianças, jovens e velhos na leitura e na escrita para compreender as mensagens bíblicas. Assim, desde cedo, descobriu uma fé engajada na vida, na educação e nos espaços públicos e andando por muitos lugares levou consigo, no interior da sua alma, as passagens sertanejas e as lições que de lá tirou. Aos 13 anos de idade, para seguir a sua vocação, de homem de fé e da palavra, migrou para São Paulo em busca de uma formação que fortalecesse o potencial daquele menino. No Colégio José Manoel da Conceição, educandário presbiteriano encontrou guarida a sua ânsia de aprender. Viu-se sozinho e perdido em um mundo tão distante e distinto dos seus rincões da caatinga. Com as árvores do semi-árido, aprendeu a resistir as intempéries da vida.
Favorite musicDo umbuzeiro, a planta sagrada do sertão, como profetizou Euclides da Cunha, levou a resistência e capacidade de armazenar, guardar na memória as suas raízes adaptando-se e desafiando as estiagens da vida. Com as ausências da família e dos amigos, muitas vezes, sentiu-se como o umbuzeiro perdendo todas as folhas, passando a depender do que estava mais escondido no âmago da sua alma sertaneja, assim como o umbuzeiro depende da sua batata interior. Fortalecido pela busca do seu ideal via renascer as suas forças, como nas primeiras chuvas das trovoadas, os umbuzeiros voltam sempre a florir. Foi seguindo o seu caminho, da mesma maneira que estas árvores nativas nasciam se retorcendo para amenizar o sol escaldante do sertão, como um ato de fé depositado na sabedoria, que corresponde à produção de frutos por muitos anos, com ou sem chuva na caatinga, garantindo a sobrevivência e cultivando a esperança. Em tempo de pós-guerra, urgia proclamar o sonho de um mundo mais justo e mais humano. Sobre toda a face da terra reinavam a violência e a destruição. Vinha à memória o chão esturricado, após longa estiagem, rezes mortas sob a névoa empoeirada, fome e sede, famílias sofridas, pobreza e miséria, No meio deste cenário, aparecia também a algaroba que oferecia o frescor da sua sombra e com ela, trazia as mansas conversas dos adultos e as barulhentas brincadeiras das crianças, renovando as esperanças em um tempo novo em que a justiça social e a oportunidade de aprender chegassem a todos.
Favorite booksCultivando sonhos de libertação, muitas vezes encontrou obstáculos, tiranias institucionalizadas em nosso país. Como a barriguda, uma das árvores de grande porte mais ameaçadas da caatinga aprendeu a retirar de onde se espera pouco, o alimento armazenado para resistir e idealizar uma nação mais democrática. Foi inspirado na beleza bem peculiar do sertão, que nem todos são capazes de ver, que construiu princípios e idéias que até hoje norteiam as suas ações como educador cristão. Resgatando na memória a visão da flor do caruá, do verde da palma, do São Joeiro florido aprendeu o significado da educação que respeita a singularidade e potencialidade de cada um, as diferenças, despertando em cada um a sua beleza interior. Como as abelhas mandassaia e jandaira, bebendo o mel e beijando a flor do pau-d’arcuo e do pau pereira, Celso encontrou o seu doce amor e com ela cultiva belos jardins. Nas suas idas e vindas, nas lidas da vida, como todo sertanejo, nunca se sente só, pois sabe que a sua alma sempre se fortalece, na grandeza do ciclo da vida, na vivência da dimensão humana da fé. E assim, acompanhando o poeta da esperança, juntos recitamos: "Se não houver frutos, valeu a beleza das flores; se não houver flores, valeu a sombra das folhas; se não houver folhas, valeu a intenção da semente." Henfil Que de cada um de nós passe a brotar a intenção da semente.
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